Desde muito pequena sempre desenvolvi alergias por diversas razões. Inicialmente minha alergia era alimentar e eu não podia comer alimentos com leite, que são diversos como queijo e chocolate, e frutas vermelhas. Ao comer chocolate, por exemplo, minha pele enchia de bolinhas, principalmente nos braços e pernas e a coceira era muito grande. Ao coçar fazia machucados, o que era muito pior porque passava a doer também.
Minha mãe me levou em diversos médicos e especialistas, mas não tinha muito o que fazer, apenas não comer e medicar quando tivesse alguma reação. Escutava muito que esse tipo de alergia se cura depois de uma certa idade, provavelmente em torno dos 7 anos e em casos mais graves na adolescência, e por isso passei a esperar ansiosamente pelo dia que eu poderia comer um chocolate.
Ao se aproximar dessa idade, passei a fazer testes para começar a ingerir alimentos com leite aos poucos. Então por dia, por exemplo, tinha direito a um biscoito ao leite. Com esses testes, aos 8 anos eu ganhei meu primeiro ovo de Páscoa e passei a comer esse tipo de alimento, mas com muita moderação.
Infelizmente, ao entrar na adolescência, eu e minha irmã começamos a desenvolver uma outra irritação na pele e voltamos a procurar por especialistas. Ambas fomos diagnosticadas com Dermatite atópica.
Quando engravidei, meu receio era de que meu filho também tivesse a doença ou alguma alergia que pudesse irritar a pele dele. Por isso, por experiência própria, passei a pesquisar bem antes de escolher as roupas para montar o enxoval, igual minha mãe fez, mas hoje em dia com mais possibilidades, inclusive de encontrar grande parte das roupas adequadas no Brasil. No post, irei contar um pouco da minha experiência com dermatite atópica e dos cuidados que tomo com meu bebê.
- O que é dermatite atópica?
- Eu tenho dermatite, meus filhos vão ter?
- O que piora a dermatite atópica no bebê?
- Por que a escolha do tecido da roupa do bebê é importante?
- Cuidados diários para além das roupas
1- O que é dermatite atópica?
Dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica, onde tanto bebês, crianças e adultos podem ter. E essa é uma das dermatites mais comuns na pediatria.
Em bebês, por exemplo, é mais comum aparecer na região do rostinho, bochechas, pescoço e na região das fraldas. Ao crescer, as feridas se concentram nas dobras das pernas e dos braços.
Ela pode ser desencadeada por diversos motivos, como agentes infecciosos, alergias alimentares, clima, suor em excesso e até mesmo estresse.
Por ela se desenvolver por diversos motivos, tinha crises constantes. O clima mudou, já era um motivo para os machucados voltarem a aparecer. Em ambas as estações, tanto por causa do calor, em que a pele transpira mais, como no frio pela pele ficar mais seca.
Em época de provas, o nervosismo contribui também. Com os alimentos, a gente se adaptou, evitando comidas com muitos conservantes, como molhos artificiais, priorizando sempre os alimentos mais naturais possíveis, como o molho de tomate feito com o próprio tomate.
Diversas vezes minha mãe passou por aquele momento em que algum familiar oferece algum alimento em que eu não poderia comer. Ela pedia para não fazer isso, ouvia aquele famoso ‘’só um, coitadinha’’ e ela era vista como ‘’a chata’’ por falar não! Infelizmente esse ‘’só um’’ pode trazer uma série de pioras no quadro da pessoa.
Uma preocupação que a minha família sempre teve foi priorizar tecidos mais leves, principalmente em períodos de crise. Ouvi diversas vezes minha mãe pedindo para eu tirar o casaco, colocar uma blusa mais fresca e deixar a pele respirar, pois muitas vezes me agasalhava tentando esconder. Lembro da minha primeira camiseta que a minha mãe comprou 100% algodão orgânico, que foi quando eu tinha em média 15 anos e ela trouxe do Nordeste. Não era nada fácil achar. Hoje temos mais facilidade em encontrar essas peças para os nossos pequenos.
2- Eu tenho dermatite, meus filhos vão ter?
Durante a minha gravidez, como disse anteriormente, uma preocupação muito grande era meu filho apresentar alguma dermatite também, pois se os pais têm, o risco aumenta. Na minha família, eu, meu pai e minha irmã temos. Por isso é muito importante investigar se há algum antecedente, mas infelizmente não há maneiras de evitar essa dermatite, apenas controlar com cuidado.
Enquanto comprava as roupas para o enxoval do meu bebê, prestei muita atenção ao tecido, a modelagem, ou se possuía alguma coisa que poderia pinicar a pele dele, como explicarei mais para frente. Independente do sexo, essas sempre foram as minhas prioridades. Tecido e conforto. Principalmente no mercado de roupa infantil feminino, existem poucas opções de roupas confortáveis com tecidos macios. Grande parte possui renda, pérolas e detalhes que certamente irritam a pele do meu bebê.
Infelizmente no primeiro mês de vida, meu filho teve irritações na região da fraldinha com o uso de fralda descartável, como contei no post em que falo sobre o uso de fraldas de pano ecológicas. Se você ainda não leu, pode ver aqui.
Por volta dos 5-6 meses ele teve irritações no pescoço por conta do calor e do aumento de saliva por causa do nascimento dos dentinhos. Surgiram várias bolinhas vermelhas. Não usamos medicações, apenas o uso de hidratante recomendado pela pediatra, roupas leves e os cuidados na hora do banho.
3- O que piora a dermatite atópica no bebê?
Mesmo se o seu bebê não for diagnosticado com dermatite atópica, é interessante estar atenta aos itens a seguir, pois eles podem ser irritantes não apenas à pele com a doença crônica, mas também à qualquer pele que seja mais sensível, como a do bebê, que é mais delicada e suscetível aos meios externos.
Alguns fatores ambientais podem piorar a situação da pele do bebê com dermatite atópica como o ar condicionado, pois ele pode ressecar a pele, e a poeira, devido a existência dos ácaros, fungos e bactérias que se encontram nela. O clima também pode piorar a dermatite, no calor aumentando a sudorese, no inverno com o ar seco e as temperaturas baixas.
Na hora do banho, o cuidado deve continuar: a água quente do banho ajuda a ressecar a pele, podendo piorar a dermatite, e, por se tratar de uma pele mais frágil, produtos com perfumes e fragrâncias também podem ser irritantes, desde sabonetes com perfume e cremes hidratantes ao sabão e o amaciante usado para lavar as roupas do bebê.
Em relação as roupas de bebê, que estão sempre em contato com a pele dele, a atenção deve se manter nos detalhes: desde aplicações que podem pinicar a pele com seu atrito no bebê como rendinhas, bordados e as etiquetas até o tipo de tecido da roupa do bebê: de fibras naturais, de preferência.
4- Por que a escolha do tecido da roupa do bebê é importante?
Pelo fato da pele do bebê ser mais fina, delicada e sensível é muito importante dar preferência para roupas confortáveis, pois ela possui menor resistência a algumas substâncias químicas, a tecidos mais grossos, pedrarias ou bordados, que podem causar irritações no dia a dia. As fibras sintéticas, como poliéster, lã e acrílico, desencadeiam irritações, coceiras e vermelhidão, por isso, o melhor tecido para a roupa de bebê é feito de fibras naturais, como algodão e o linho.
Uma outra situação que acontece muito é que muitas crianças desenvolvem reações ao calor por conta da transpiração excessiva, conhecidas como brotoejas. Se não vestir adequadamente, essa situação piora, pois tecidos que não absorvem o suor deixam a pele úmida e abafada. Já o algodão é permeável e permite uma regulação térmica otimizada.
Para escolher uma roupa de bebê ou criança, é preciso pensar na qualidade de vida dos pequenos, no conforto, e não apenas em moda e estilo.
O tecido 100% algodão é o ideal pois é feito de fibras naturais. A melhor roupa para deixar o ar circular bem e a pele ventilar. É um tecido leve e macio, e ajuda a pele a não esquentar demais. É importante evitar tecidos sintéticos, pois eles parecem ser macios, mas não absorvem o calor, e tecidos como soft, plush e lã pinicam, causando coceiras.
É preciso fazer o possível para que alguma coisa não incomode ou coce a pele da criança, principalmente as que têm tendência atópica. Por isso, a primeira coisa que eu faço com as roupinhas novas do meu filho é tirar todas as etiquetas, tanto as de papel, as internas e aquelas que ficam na região do pescoço.
As roupas de bebê da Timirim são feitas para ajudar a deixar a vida dos papais mais práticas, por isso as peças não possuem etiquetas de papel, são feitas com 100% algodão orgânico certificado pela GOTS (Global Organic Textile Standard), são hipoalergênicas, muito macias e tem tingimento certificado Oeko-Tex. Além disso, as estampas são feitas com tinta à base d'água e os botões de pressão são livres de níquel. É importante ressaltar que botões com níquel podem causar dermatite de contato, especialmente em pacientes que já têm dermatite atópica.
Os modelos das roupas são unissex e foram pensados para trazer conforto aos bebês e praticidade em peças como o body kimono, muito recomendado para os primeiros meses e o macacão com ziper, que torna as trocas de roupa mais rápidas quando o bebê ja esta maior e gosta de se mexer.
Na Timirim você encontra o enxoval completo, em um só lugar com todos e os cuidados recomendados para os primeiros anos de vida do bebê por serem hipoalergênicas e o mais naturais possíveis.
5- Cuidados diários para além das roupas
Estudos apontam que algumas medidas ajudam a controlar e amenizar sintomas e, por experiência própria, sei que essas medidas são eficazes no dia a dia para mim. Uma das medidas que adotamos aqui, tanto comigo durante ao longo da minha vida, quanto com o meu filho são:
- Hidratar a pele com hidratantes sem perfume para pele infantil, de preferência um receitado pelo médico ou pediatra.
- Evitar banhos quentes, demorados e enxugar a pele delicadamente. O ideal é que o banho seja com água morna, não muito quente, e que dure poucos minutos. Uma dica é dar o banho no fim da tarde ou antes da criança dormir, pois ajuda a acalmar e induzir o sono
- Evitar uso de sabonetes e cosméticos perfumados, inclusive na hora da lavagem das roupas. Recomendamos o sabão de coco em pó e o lava roupas da Positiv.a. São produtos naturais, neutros, sem cheiro, hipoalergênicos e dispensam o uso de amaciantes.
- Manter a casa arejada, sem tapetes, cortinas e pelúcias, principalmente no quarto do bebê. O ideal é evitar itens que acumulem pó ou mofo. É super recomendado expor colchão e travesseiro ao sol, pois os ácaros vivem em temperaturas próximas a 36ºC, mas quando ultrapassam os 50ºC, eles morrem. Quando isso não for possível, é bom utilizar capas antialérgicas para colchão e travesseiro.
- Na introdução alimentar, evitar oferecer produtos que estão relacionados a outros tipos de alergias, sempre sob a orientação da pediatra e dermatologista. Uma dica é, sempre que oferecer esses alimentos, como ovo e peixe, por exemplo, oferecer um alimento novo por dia, sempre pela manhã ou no almoço. Assim, caso o bebê tenha alguma reação, você saberá qual foi o item e terá o dia para acompanhar.
- Evitar roupas de lã e tecidos sintéticos. Usar de preferência roupas 100% algodão e sempre lembrar de lavá-las antes do bebê usar.
- Remover as etiquetas das peças e lavar as roupas sempre antes de vestir.
Apenas com mudanças e cuidados simples como esses e, claro, com o acompanhamento médico adequado é possível ter uma qualidade de vida muito melhor, sem irritações na pele e crises alérgicas.
Se você tiver dúvidas ou perguntas sobre o meu post, sobre a minha dermatite ou a do meu bebê, pode deixar um comentário e eu responderei <3
Abraço verde,
Anne
Bom dia, adorei suas dicas… uma pergunta oque uso no inverno? Quais casacos ? Por conta do frio.. Obrigada des de já
Olá Greice!
Para o inverno, sugerimos que vista o seu bebê como body manga longa e calça saruel Timirim, feitos de algodão pima 100% orgânico que é um tecido térmico e hipoalergênico. Assim você protege a pele do seu bebê por completo. Por cima, para aquecer mais, você pode usar peças mais quentes, como o casaco de tricot de algodão orgânico ou qualquer outra peça que desejar, já que o contato com a pele do seu bebê estará protegido pela qualidade do algodão pima.
Obrigada e abraços verdes!